domingo, 13 de dezembro de 2009

A condição de amar

Me apresentando por aqui (finalmente), depois de alguns dias da criação deste blog e do fato de ele ser compartilhado. É, porque achamos que a três é bem mais interessante (e divertido)!

Porém, dando sequência ao título...

Em qualquer idade a gente precisa voltar a aprender a amar o mesmo amado, ou um outro eleito. A gente ama igual aos cinco, quinze, trinta, quarenta e cinco, sessenta, oitenta anos?

Quando amei, se é que amei, quando tinha tanta necessidade de alimento, proteção, carinho?
Mal se sabe, ao nascer, que há alguém ali, velando o nosso princípio de vida. Aos poucos, ao longo de muitos anos, vamos tomando pé de que temos, como permanente só o nosso próprio corpo, e sensações, sentimentos e pedacinhos de pensamento muito particulares.
Há um dia muito belo muito terrível também, que, de repente, se sente que ninguém é obrigado a cuidar, sustentar, acarinhar a gente.
Neste dia da Grande Solidão se aprende muito sobre amar. Quanto mais condição de ser sozinho - de sustentar o próprio "eu", que tem todas as idades - mais condição de amar.
Sozinho, a gente vê que amar é um constante princípio.
De uma liberdade terrível, este princípio: como abrir a alma e soltar o caulim-suco da alma-de-todas-as-idades, em pleno alto mar.
Do largo gesto guardamos o gesto, mais do que o caulim que se foi para esculpir uma história, que não antecipamos a escultura final.
Mal cuidamos da escultura final, que pouco nos representa. O que resulta do amor passado não é o "eu de agora", é um "eu que já se foi", um "eu-mais-rico" que encarnou aquela escultura final e não sabe mais distinguir o acréscimo que teve com o caulim esparramado ao vento, no mar.
Esquecidos da vez passada amamos mais em um princípio, incertos, inseguros, inconscientes do fim. Assim adquirimos um "eu enriquecido" de amores passados.
Amar é de uma força, de uma fé, e de uma coragem!

4 comentários:

Mariah disse...

principalmente coragem. pois amar dói...normalmente dói.

Nathália Azevedo disse...

Isah, querida! Mas ficou de uma beleza indescritível. Eu amei!

Senti cada uma das frases que discorrera, usando a sensação que é minha, sem condições, sem dependências. Nosso princípio de vida se estabelece a partir da nossa relação com o Outro e se torna só também graças ao Outro, quando este percebe que o amor na verdade é condicional e, seja lá feliz ou infelizmente, não possuímos o que esse indivíduo busca... É, Amor e Psicologia de mãos dadas! hêhê.

Parabéns, linda! :D

Beijão.

Suelen Ronconi disse...

Isah!

Pois eu senti, assim creio, parte daquilo que você veio transmitir nesse post. Amar é coisa tão única, tão íntima, tão individual que é engraçado pensar que tal coisa se dê por conta do que outro alguém irá estimular em você. Quer dizer, é egoísta porque é algo que não se divide, mas ao mesmo faz com que se abra mão de muitas coisas suas, próprias. E ele tanto nos modifica... Seja antes, durante ou após.

Parabéns [2] pelo post. (;

Fran disse...

Isah!

Quero parabenizar-te pelo brilhante post. Sua palavras são envolventes e cativantes. Fazem-nos pensar, refletir, e até imaginar.

O amor nos transforma, e é uma coisa tão única que às vezes chega a ser indescritível. Mas bonito mesmo é aquilo que se é expressado e demonstrado, acredito que isso seja ainda mais estimulante... enfim.

Mais uma vez, parabéns. Suas idéias e forma de escrever são de uma beleza maravilhosa.

Beijos.

 
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